A Essncia desse princpio, a realidade. O ser humano a somatria de fatores genticos, familiares, ambientais, alm dos psicolgicos. Este princpio permite assistir o filme da vida pessoal, do momento presente at o comeo, numa dialtica seqencial de desdobramentos, causalidades e conseqncias. Impe-se empreender uma faxina existencial libertadora de tudo que no foi bom. Mobiliar o espao criado com os talentos e qualidades nunca dantes percebidas. O desprendimento do lixo emocional favorece saborear o hoje sem travos amargos. Este princpio o primeiro por ser primordial, conscientizador e definidor, sem o qual todos os outros sero projees, expectativas irreais. Leva-nos a uma profunda reviso da vida pessoal, familiar, ideolgica, espiritual. Ns nos descobrimos diferente do que pensvamos ser. Ele nos liberta de inseguranas, tristezas, medos e, o mais importante, ganhamos um passado novo, graas percepo madura dos acontecimentos, um presente sem fantasias e um futuro esperado sem ansiedades.
A prtica deste princpio consiste em ser emptica: colocar-se no lugar do outro, compreendendo ingerncias pela escuta ativa, do partilhar experincias sem julgamentos ou crticas. Acolher sem preconceitos, apoiar, encorajar, revalidar sentimentos. Infundir confiana no Amor Exigente e esperana numa melhora da situao.
A melhor maneira de focalizar nossas razes culturais seria: No aspecto pessoal; contemplar-se com iseno; permitir-se rir, chorar, ter raiva, perdoar, amar. Olhar-se no espelho e arriscar um sorriso mesmo salgado de lgrimas... No familiar; desenvolver habilidades para um relacionamento cordial e respeitoso que permita ressaltar as boas qualidades, pelo esforo positivo, pelo elogio encorajador. Assim as razes culturais familiares sero fortalecidas. A construo da grife familiar vital.
No aspecto exterior; saber reconhecer o que bom ainda que seja diferente. O clima pluralismo em todos os setores da atividade humana. As razes culturais resistentes possibilitam conviver globalmente, sem perder-se na mirade de possibilidades.
O princpio definidor, porque clarifica, ilumina o hoje com as experincias e conquistas do passado. Define o que imprescindvel resgatar de todas as experincias vividas, dentro e fora do contexto familiar e, o mais importante, define o que carregar na mochila pessoal - geralmente nada que possa ser comprado: dignidade, afeto, compaixo, auto confiana, liberdade.
Este princpio, razes Culturais precisa ser revisitado, de tempos em tempos, notadamente nas oportunidades de alegrias ou de pesar. As razes culturais guardam a seiva nutridora da resilincia. Somos seres em processo permanente sempre sendo, sendo, jamais prontos. Os desejos so infinitos e a capacidade humana de realiz-los limitadssima. Depois s resta customizar o que deu certo com a alegria do possvel.
As razes que a sociedade atual est oferecendo aos seus filhos esto fincadas nas ideologias vigentes: hedonismo, consumismo, niilismo. Elas anestesiam dores, frustraes. So verdadeiras panacias para a ausncia do sentido da vida. Gozar, comprar, negar utopias. Em plena ps-modernidade lquida (Zigmund Bauman) nenhuma certeza, s a de mudana. Toda praticidade tecnolgica soa como paradoxo diante das dificuldades do dia a dia. Dilogo com os filhos baseado no valor do esforo, sacrifcio, adiamento de algo prazeroso por uma conquista futura soa aliengena, num astral de permanente fruio. mais fcil viajar para longe de si esmo numa fuga solitria, sem destino, inacessvel.
Autora Liane Castrilon Presidente do Conselho Deliberativo da FEAE Federao de Amor Exigente
Colaborao ; Lucila Costa Coordenadora Regional de Amor Exigente |